quinta-feira, agosto 31, 2006

Mind the Gap

Sou eu ou mais alguém tem vontade de empurrar velhinhos para a linha do comboio?

Esses idosos que se fazem valer do crédito de terem uma série de enfermidades permitindo-lhes ter uma atitude extremamente anti-social complicam-me com os nervos. A senilidade é o maior argumento. De que outra forma é que uma pessoa poderia, alegremente, furar uma fila para o passe, e quando alguém chama à atenção por ser fila única ou porque está mais gente à espera encolhem os ombros, levam a mão à testa "ai a minha cabeça...".

Lembro-me de um senhor, malogrado, coitado (Não!), parece que noutros tempos foi informador da PIDE. Informador? Bufo, chibo! Só podia mesmo ter actividades rastejantes e pouco vertebradas. Esta figura era pai de um pobre diabo, bem conhecido na área por Teodoro Maluco, com um certo atraso mental, inofensivo, educado ao pontapé e de tempos a tempos embebedado por outros ilustres membros da sua comunidade. O Teodoro acabou por ser atropelado umas quantas vezes, acidentalmente ou com alguma malícia... Dava outro post. Aliás, fica desde já prometido!

Ora, o velho, pai do Teodoro Maluco, na sua reforma não deixou de ser um badalhoco, só refinou a sua arte. Fazia este senhor valer-se da seu pobre sentido da visão para, nos autocarros apinhados, tentar sentar-se em lugares já ocupados. Não parece muito mau até se revelarem os ocupantes dos ditos lugares. Senhoras de fartos peitos! Esperto o velho, lá ir ele aos apalpões por entre as carnes das senhoras e das hortaliças que entretanto começavam a saltar dos carrinhos de ir à praça e a malhar na cabeça do meliante. Era sempre um bom espectáculo de se ver.

Mas é como digo, os nossos velhinhos são criaturas malvadas, manhosas... a velhice só dá para aprumar a velhacaria.

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