sexta-feira, setembro 29, 2006

11º Mandamento

Ora dêem um olhinho ao "Vão-se, muitieramá" de Cenas Obscenas no Womenage, vai muito bem...

Achei por bem adicionar mais uma referência à seguinte tirada:
"Não transmitirás a tua ignorância - devia ser o 11º Mandamento."

O Sr. Karl Popper em «Uma Lei Para a Televisão» diz que "...nada no seio da democracia proíbe as pessoas mais instruídas de comunicarem o seu saber às que o são menos. Pelo contrário, a democracia sempre procurou elevar o nível de educação; é essa a sua autêntica aspiração."

Juntemos isto a umas observações sobre o academismo que aqui lavrei há pouco e mais vale irmos todos para o inferno!

Notas #2

Considerações no caminho para o emprego.

  • Tenho de deitar estes ténis fora, fartei-me de patinar na calçada molhada.


  • Devia ter trazido algo mais quente que uma t-shirt, já começa a estar fresco.


  • É necessário fazer algo em relação aos panfletos que nos entregam por todo o lado. Acabam por atulhar completamente os caixotes do lixo, ficam espalhados pelo chão. Enfim, uma javardice. Devíamos obrigar os anunciantes a recolher todo o lixo que produzem, sendo responsabilizados com a eventualidade de uma coima calculada através de um valor por pedaço de papel deixado na via pública.

    Praxes

    Alguém pode falar-me um pouco das praxes académicas?

    Mas a sério, hein.

    É dito que funciona como que um rito de acolhimento, que serve para integrar os caloiros, fazer com que façam parte do mundo universitário.

    Eu sou um borrego, borreguei os meus estudos, não cheguei a entrar para a faculdade. Talvez por isso seja eu que não alcanço, mas pelos relatos que me chegam, em que se fala de rebolar na lama, ser aspergido com água fétida com cheiro a peixe podre, julgo que tudo isso não passa de uma animalagem descabida.

    Se isto é uma amostra do que é a Universidade, instituição de excelência e de onde deverá sair gente formada, e por gente formada não me refiro só ao aspecto académico mas também cultural e humano, mais vale baixarmos todos as ceroulas e atirarmos as nossas fezes uns aos outros, quais babuínos no zoo.

    Benvindo ao bando, toma lá uma mão cheia de merda fumegante para te ires integrando!

    É isto que se pretende? Querem integrar a rapaziada? Apresentem as miúdas jeitosas aos caloiros, convidem as caloiras para ir ao cinema ou a um concerto, vão beber uns copos, caraças! Comportem-se como gente! O que estão a fazer é uma introdução à imbecilidade.

    Parece-me bem melhor ser acolhido com simpatia, conhecendo pessoas porreiras do que passar por um calvário de humilhações sem sentido às mãos de uma cambada de aspirantes a doutores com comportamentos escatológicos e simiescos.

    E não puxem por mim para falar de tunas e batinas...

    quinta-feira, setembro 28, 2006

    Choquinhos Fritos

    Esta noite confeccionei uns choquinhos fritos com coentros, ficaram muito satisfatórios. Enquanto reduzia um pouco o molho e tentava escorrer as batatas cozidas (lembrete: comprar facas de cozinha, é uma merda descascar batatas com uma faca de serrilha) lembrei-me de uma velha história.

    Nos meus tempos de meninice acampava frequentemente com os meus pais. Sempre gostei muito desse contacto com a natureza, é com prazer que recordo essas férias. Não obstante a jovialidade desses tempos, eu, como a maioria dos fedelhos, mais volta, menos volta, entrava numa onda de birra.

    Certa vez, à hora do jantar, acredito ter serrazinado de tal forma a cabeça à minha mãe que ela me fez um ultimato:

    "Abre outra vez a boca que levas!"

    Posta a questão nesses termos nada me restou senão estar calado e esperar que me colocassem o prato à frente e , então, comer o meu repasto resignadamente.

    O jantar era chocos, não me lembro se fritos ou grelhados, e deve ter sabido especialmente bem pois tenho a impressão de o ter devorado num ápice. O motivo que me levara a estar pirrónico desvaneceu-se da minha memória de tal forma que, até hoje, nunca mais me lembrei de qual fora.

    Foi depois de ter limpo o prato que muito inocentemente clamei por mais um choco. Mal tinha terminado de articular a última sílaba já estava eu a ser fulminado por um raio caído sabia lá eu de onde! A reacção instantânea e automática da minha progenitora foi dar prossecução à sentença implícita no seu ultimato, cuja minha parte foi, de facto, violada...

    Devo ter lançado um tal olhar de estupefacção e incredibilidade, fez-se um pequeno silêncio e logo a minha mãe se desfez em desculpas, seguidas de uma valente gargalhada de todos os comensais.

    Também eu acabei por rir, e foi hoje ao reduzir o molho dos meus choquinhos que relembrei, divertido esse episódio.

    Melgas

    Dei por mim com um pensamento estranho. Acho que tenho muitos assim mas raramente me lembro, penso a toda a hora embora retenha muito pouco. Pode ser que seja pelo melhor assim, é de ver que na maior parte das vezes só me passam aleivosidades pela cabeça. Não me lembrar que as pensei é mais seguro.

    Voltando ao que queria dizer... Constatei, ao escovar os dentes que não havia nas paredes ou tecto da casa de banho uma única melga, de facto, acho que ainda não vi qualquer criatura dessas desde que me mudei.

    Confesso que senti um ligeiro vazio, é estúpido. Foi quase como quando gaiato os meus amigos tivessem de ir almoçar ou qualquer coisa. Ora as melgas como parceiras de brincadeira comigo saem sempre a perder, esborrachadas contra o estuque das paredes.

    Parece que sinto falta de dar umas pantufadas nos bicharocos e regozijar-me secretamente com as impressões que deixavam nos tectos e paredes, sem me preocupar com a dificuldade da limpeza das tripas e sangue.

    Talvez compre uma fisga, há uns quantos pombos que vão comer...

    quarta-feira, setembro 27, 2006

    Serradura

    A minha vida sentou-se
    E não há quem a levante,
    Que desde o Poente ao Levante
    A minha vida fartou-se.

    E ei-la, a mona, lá está,
    Estendida, a perna traçada,
    No infindável sofá
    Da minha Alma estofada.

    (...)

    Mário de Sá-Carneiro

    terça-feira, setembro 26, 2006

    Americanos #1

    Os americanos são uma coisa incrível. Conseguimos arranjar mil e um argumentos para abominá-los. Prepotência, ignorância, beligerância... um monte de "ân(s)ias". Mas também têm coisas engraçadas.

    Há alguns dias vi numa entrevista um cineasta falar de um azar que tinha tido: uma fissura rectal. Hurgh! Deve ser uma coisa horrível, vida miserável...


    Divertida foi a forma como ele se referiu à problemática hemorroidal e das fissuras:

    Butt trouble!

    Interruptores e Manípulos

    Ainda me acontece frequentemente procurar o interruptor no lado errado da porta, andar pelo corredor a apalpar a parede oposta tentando ligar a luz.

    É um pouco o que se passa cá dentro. Quero sentir tudo, correr e ligar todos os botões, rodar cada manípulo que encontro mas ainda tacteio muito erraticamente.

    Tenho de conhecer melhor os cantos à casa.

    Um Passo no Sentido de Uma Vida Mais Civilizada

    Tomei, finalmente, um duche quente! O timing foi o melhor com a chegada do velho Outono, uns dias mais tarde e ter-se-ia tornado penoso.

    É verdade, já tenho um esquentador novo e o gás ligado.

    Engraçado o comentário do técnico que fiscalizou a coisa, um tipo com algum espírito, despediu-se com a seguinte tirada:

    "Bem... já está ligado, agora é só gastar!"

    Tem, com certeza, cota na Lisboa Gás.

    Férias

    Aqui apresento as minhas desculpas pelo estado de desmazelo em que está este estaminé.

    Um homem também merece umas férias e estas foram de divórcio com o computador.

    Vamos lá retomar o passo.