segunda-feira, setembro 11, 2006

Há Festa na Aldeia

Ou The Circus Comes to Town

Este fim-de-semana fui ao campo, visitar a família, ver os amigos, afagar os animais, ver a horta, essas coisas... Tudo começou com um choque térmico, havia já duas semanas em que não usava nada mais quente que uma t-shirt, ao sair do comboio fui logo bafejado pelo hálito frio e húmido da serra. E a ventania? Há por ali umas terriolas conhecidas pelas árvores de crescimento horizontal unilateral e galinhas de rabo à banda.

Lá me encaminhei até à aldeia e deparei-me com os festejos tradicionais. Tradicionalmente bimbos e mal amanhados, diga-se justamente. Há já alguns anos que existe uma comissão para angariação de fundos com vista à construção de uma igreja (Coisa que eu acho de grande utilidade, sim senhor! Do que aquela terra do Demo precisa mais é de evangelização), a Igreja de Stº António da Abrunheira.

Não me vou alongar com descrições dos artistas decadentes que passam por aquele palco, ou pela pinta dos senhores dos carrinhos de choque ou as criaturas oleosas da barraca das farturas. Nem mesmo pelos frequentadores. É nestas alturas que saem das tocas as aves mais raras, não sei se despertadas do seu sono primordial pelo cheiro da fritura ou pelo banzé.

Tenho acompanhado com algum interesse o desenvolvimento do projecto, desde a primeira festa onde se anunciou o projecto arquitectónico desenvolvido por uma jovem promessa da terra até à festa do lançamento da primeira pedra. Até aqui tudo bem, a coisa correu dentro dos conformes, a verba foi engordando a fazer fé aos balanços e balancetes apresentados.

No ano seguinte começou o disparate: o pretexto da festa, para além da angariação de verbas, foi a comemoração do lançamento da primeira pedra! Um ano depois, por bom senso, parece-me que já não houve mote nenhum e assim foram passando mais uns anos...

Ora, ninguém me pediu a opinião sequer, mas eu até tinha uma sugestão. O lançamento da primeira pedra foi, de facto, um argumento forte para uma festa mas daí em diante seria de esperar um pouco mais de pragmatismo e objectividade. O aniversário do lançamento da primeira pedra não é nada de especial e dá a sensação de que não se está a fazer nada. Uma festa do lançamento da segunda pedra seria certamente mais apelativo, um pouco monótono, é certo, mas sempre dava a impressão de que algo estava a ser feito e havia progresso. Este ano poderíamos estar a lançar talvez a quinta ou sexta pedra, não era mau.

Para outras núpcias fica prometida a reportagem fotográfica do evento do ano passado. Tenebroso!

1 comentário:

Anónimo disse...

anxiously waiting

shyz