Este Estabelecimento Serve Caçadores(as), Pescadores(as) e Outros(as) Mentirosos(as)
Com o que aqui vem corro o risco de parecer um pouco reaccionário e/ou talvez até um pouco labrego, mas enfim, lá terei de me aguentar.
Mulheres e as suas modernices, já soltei por aqui e por ali, no meio de muita verborreia gratuita, umas quantas loas sarcásticas sobre o assunto. Note-se que sou pela igualdade de direitos e emancipação feminina. Tenho alguns problemas, venho do campo logo carrego uma boa dose de borreguice que tento exorcizar. Melhor: não estou completamente (longe disso, aliás) livre de preconceitos e estereótipos de macho saloio mas tento, assim que note, corrigi-los e fazer com que na minha cabecita habitem ideias menos preconcebidas e modernaças.
Estou com estas baboseiras todas a tentar não passar por nenhum carroceiro, calhando é pior. Não sei.
Muito bem. Fumar, beber, conduzir, dizer palavrões, ser independente, arranjar empregos de jeito e essas coisas todas da mulher moderna não eram novidade nenhuma para mim. Coisa nova foi outra que comecei a notar recentemente: A forma como contam histórias, ou melhor, o tipo de histórias que senhoras e meninas vão contando. São tretas cada vez mais masculinizadas, quase de tasca por vezes. Daí o título deste post. Parece que legalmente os anúncios de oferta de emprego não podem ser discriminatórios ao nível do género. Terão de assumir sempre uma forma semelhante a “Sopeira(o) precisa-se”, “Sapateiro(a)...” e etc...
Os típicos azulejos das casas de pasto por este país fora não tardarão a exibir dizeres como “Este Estabelecimento Serve Caçadores(as), Pescadores(as) e Outros(as) Mentirosos(as)” a bem da igualdade.
Ora, direitos iguais, muito bem! E se tens o direito, fá-lo! Correcto? Talvez nem tanto.
Fumar? Ok, embora faça um mal do caraças talvez seja o menor. Acredito que um cigarrinho em determinadas ocasiões como depois de uma boa refeição, uma queca (boa ou má) e sei lá mais o quê proporcione um prazer honesto que desconheço mas qualquer fumador atestará.
Contar tretas sobre o fabuloso consumo do automóvel? O tempo que se fez do Algarve a Lisboa? A carapuça que se enfiou ao agente da imobiliária que vendeu a casa? Isto é quase o tipo de coisas que um bebedolas contaria ao outro com a barrigana encostada ao balcão e com as calças caídas a mostrar o refego peludo do rabo.
Ir à tropa, tornar-se uma criatura desmiolada que berra por tudo e por nada agarrada a uma G3 ou conduzir uma Berliett? Para quê querer fazer estas coisas todas que já são sobejamente beras para qualquer macho?
Mas o que me ficou mesmo atravessado foi a questão das tretas e bazófias. Levem lá todos os direitos e mais alguns, mas usufruam, por favor, dos que são bons. E com uma nova fineza que acredito que um toque feminino sério pode trazer.
As machices também podem levar uns acertos. Ah, o que eu gosto de agarrar uma pelas ancas com força e dizer que “agora eu é que sei” e mais umas badalhoquices. Mas isto só a brincar. É isso, façamos as coisas assim: os direitozinhos todos para uns e para outros e continuemos machos e fêmeas num jogo salutar.
A história das lérias é que me tira mesmo a tusa toda.
1 comentário:
Se fosses moderno sabias que já não se usa o "isto/a", mas sim "aquil@". Pff.
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